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IN VINO VERITAS
Quando as nebulosas imagens se desfazem,
o sol desperta, e as dúvidas se apagam.
As pessoas — todas elas — parecem boas,
com gestos leves, palavras tão boas.
Sinto-me plena...
Irradio amor — da alma serena.

Começo a amar até o que fere,
os desprezíveis, o que antes não se quer.
Tudo aquilo que tirou meu sono
hoje repousa sem mais abandono.
É um privilégio estar viva,
sentir a dor e, ainda assim, ser altiva.

Sinto saudades —
de tão poucas verdades...
E compreendo, enfim,
a beleza de tudo o que há em mim.

Tenho amigos,
tenho calor,
tenho saúde,
tenho amor.
O que mais desejo, em segredo contido?
Talvez... o impossível, jamais definido.

Somos todos um tanto carentes,
com ou sem vinho, com ou sem presentes.
Vivemos buscando algum alívio discreto,
com ou sem rima, com ou sem afeto.

Mas há dias em que tudo se encaixa,
o silêncio canta, a alma se baixa.
O tempo repousa ao meu lado em paz,
e a vida me olha, serena e sagaz.
Eu sorrio de volta, sem mais defesas,
sem pressa, sem máscaras, sem correntezas.

Viver é clarear a sombra escura,
acolher o instante com alma pura.
Entre o amor, a ausência e o desatino,
o que resta é ser — leve, viva e destino.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 12/04/2020
Alterado em 14/04/2025
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