DEPOIS DA TEMPESTADE
As tempestades vêm, ferozes, e desalojam,
Despertam dores, mas também nos forjam.
Purificam a alma em seu pranto voraz,
E varrem o que pesa, não serve mais.
Removem entulhos — ruínas da mente,
Levando embora o que já não é semente.
Ervas daninhas, raízes do mal,
Cânceres sutis de um tempo fatal.
A dor que devasta é mãe da esperança,
Como o parto cruel que anuncia a mudança.
Ressurgir é renascer, pele despida,
Um sopro de fúria que reacende a vida.
Nova vida! Nova trama!
Chama que acende o que antes se inflama.
Do passado? Restam brumas, memórias incertas,
Sombras distantes, janelas abertas...
E tudo parece tão longínquo, irreal,
Como se o real se fundisse ao ideal.
A utopia? Um espelho rachado,
De um mundo sonhado, mas nunca habitado.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 23/05/2025
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