NOTAS DO MEU EU
O drinque, a música, o sal, o açúcar,
O álcool, o gelo — mistura tão dúbia.
O que mais falta nessa equação?
Ah, claro... a degustação.
São todos retratos do que sou por dentro,
Fragmentos do meu próprio centro.
Delirante como o álcool no fim da noite,
Frio como o gelo que o tempo açoite.
Doce como o toque do açúcar na língua,
Medido no sal que equilibra e minguá.
E eu? Quem sou, afinal, nesse copo qualquer?
Depende da dose que o mundo quer.
Mas a música... ah, quase deixei passar,
Não por desprezo, mas por não precisar falar.
Ela é silêncio que grita em mim,
É onde termina e começa o meu fim.
Mais do que parte — é minha raiz,
Meu ‘EU’ mais real, onde o som diz
O que as palavras não ousam dizer:
Sou música em carne, pulsar e viver.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 23/05/2025
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