Vida!
Expande-se, cessa, renasce a cada instante,
Ciclo eterno, fluido, ritmo constante.
Existência que dança em onda sutil,
Suave e silenciosa, movimento febril.

Vida!
Teu propósito é o amor, imenso e profundo,
Que outro poderia guiar este vasto mundo?
Sob qual luz nossos sonhos dançariam,
Se não no afeto onde tudo culminaria?

Contemplo o horizonte, sereno e distante,
Agora é mais sábio, menos inconstante.
Menos cruel que a noite que vem apagar,
O pranto escondido, sem medo de chorar.

Dores deixadas no tempo, já perdido,
Pensamentos dispersos, sonhos contidos.
Cicatrizes guardadas na alma distante,
Ecoam em silêncio, pulsos incessantes.

Tudo o novo desperta o temor,
Mudança negada com fervor.
Não por medo, covardia ou fé,
Mas temor do que o futuro me refaz de pé.

Medo do sofrer, do imprevisto chegar,
Do vento incerto que pode me quebrar.
Mas Vida! Peço em súplica e ardor,
Cessa este caos, traz-nos o amor.

Que os dias corram em paz e fluidez,
Que o coração encontre calma e solidez.
Que a dor se transforme em doce canção,
E a alma dance em plena união.

Vida!
Só peço a serenidade profunda,
Que preencha o silêncio desta ronda,
Que acalme o peito, o medo e a dor,
E transforme o caos em puro amor.