A dúvida é da razão, seu campo e fronteira,
Ela pesa, mede, questiona a ladeira.
Mas a alma... ah, a alma não hesita,
Segue o fluxo da vida, serena e bendita.

A alma não indaga, não precisa provar,
Ela sente o caminho, sem se explicar.
É como o rio, que desliza e confia,
Sabendo a direção, mesmo em noite fria.

A alma é essência, é chama, é raiz,
É o sopro mais puro do que nos faz feliz.
Enquanto a razão se perde em labirintos,
A alma repousa em seus próprios instintos.

Não traz fórmulas, nem certezas banais,
Ela apenas é, no que tem de mais.
Simples como o vento que toca sem dor,
Forte como o silêncio que pulsa amor.

É no essencial que a alma se encontra,
Livre das dúvidas que a mente afronta.
Pois viver com alma é, no fundo, saber:
Que o que é verdadeiro não precisa entender.