TEMPO
Passado, presente, futuro?
Não.
Realidade da matéria?
Nada além disso.
O tempo é ausência,
invisível à alma que flutua,
sem relógio, sem medida,
relativizando o instante,
vivendo o pulso dos sentimentos.
A alma vagueia,
rompe o espaço linear,
fecha ciclos de ser e crescer,
num movimento eterno,
além do tempo que pensamos conhecer.
Não é o tic-tac frio do relógio,
nem o calendário que dita a vida,
mas um ritmo oculto,
um sopro que conduz o ser,
um fluxo invisível, profundo, sutil.
Na dança dos afetos,
no vaivém das emoções,
a alma se move,
cria seu próprio compasso,
e no silêncio do agora,
desfaz o antes e o depois.
Tempo não é linha reta,
mas círculo que se fecha,
onde o começo é fim
e o fim, recomeço,
um eterno retorno que liberta.
A matéria teme o tempo,
a alma o transcende,
pois no seu voo imaterial,
só existe o presente,
e a eternidade cabe num instante.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 27/05/2025