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CONSTELAÇÕES NA MÃO
Em um tempo distante, que o tempo levou,
eu tinha o Céu — inteiro, azul, meu voo.
Era vasto, era pleno, era meu abrigo,
um manto de luz caminhando comigo.

Hoje, me dizem: “Contente-se, vê?
Há ainda uma estrela brilhando para você.”
Mas como aceitar tão pequeno clarão,
se já dancei com constelações na mão?

O coração, que conheceu o infinito,
não se aquieta com lampejo restrito.
Quem já foi dona do firmamento inteiro
não se curva a um brilho passageiro.

Então me pergunto, em silêncio e dor:
como se vive com tão pouco amor?
Se um dia, em voo, toquei o esplendor,
por que agora bastaria o seu ardor?
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 27/05/2025
Alterado em 27/05/2025
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