Textos

PERSISTÊNCIA DO INSTANTE
Busca constante...
Perda cortante...
Vida cambiante,
no fio hesitante
de um tempo oscilante.

Felicidade — acaso fugaz,
chega de leve, mas nunca se faz
morada longa, raiz ou abrigo;
é brisa ardente que dança comigo.

Num lampejo bom, intenso e breve,
ela me toca, sorri — depois, leve,
se esconde nos cantos do tempo, ausente,
e deixa no peito um vazio latente.

Nos intervalos que o tempo costura,
retomo a busca, sem mapa, sem cura,
do que é volátil, do que se desfaz:
o (in)constante que a alma refaz.

E mesmo sabendo que tudo se esvai,
que a chama some, que o sonho se vai...
infelizmente — ou talvez por destino —
ainda persisto, sem rumo, sem sino.

Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 27/05/2025
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