Textos

DOCE SUSPIRO, VENTO MEU
Hoje acordei com gosto de suspiro,
vontade de voar, ser inteira no giro,
refinar o instinto, acalmar o destino,
e enfim descobrir meu verdadeiro caminho.

Águas que correm — primavera, verão,
outono e inverno — em repetição.
Fortes ou calmas, sempre seguem,
como o vento que sopra e nos carrega.

É o cair eterno das ondas no chão,
o eco sutil das nossas decisões.
O vento nos traz perfume e paixão,
mas deixa também dor e ilusões.

Alegria faceira e breve,
que dança no tempo como quem não deve.
Todos fugazes, num mar de incertezas,
entre doces risos e ásperas durezas.

Doce suspiro de quem desafia
o tempo prudente, saliente, agonia.
Resta-me o horizonte, o peito aberto,
novos caminhos, futuro incerto.

—Espera-me, vento forte, aonde vais?
—Não posso! Meu destino é ir, nada mais.
—Então, revela ao menos tua direção?
—Sou só o sopro da imaginação.
—Sou vento que toca, que some no ar...
—Mesmo assim, eu vou te esperar.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 29/05/2025
Alterado em 29/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários