EXÍLIO AO INVERNO
Vá, com teu gélido maltrato,
Com esse vento frio e ingrato!
Leva contigo o nevoeiro
Que entorpece o corpo inteiro.
Suma do ar, do meu despertar,
Do passo trêmulo ao caminhar.
Desapareça da minha janela,
Deixe a manhã ser mais singela.
Suplico o fim da tua visita,
Com tua sombra que me agita.
Tu e os teus cúmplices sombrios,
Que encharcam telhados e varrem os rios.
Molham o teto, mofam o chão,
Deixam gelada até a razão.
Vão embora, sem retorno,
Para além do céu noturno!
Ponho-te em castigo, mês maldito,
Que invade sonhos, rouba o rito
Do meu descanso, da calmaria,
Transforma em dor o fim do dia.
Sugiro tua ausência, tua partida,
Da minha fala enfraquecida.
Pois tua presença é desalinho,
É o vento frio do desalento e do caminho.
Não quero mais tua companhia,
Nem tua brisa sombria.
Quero o sol em sua dança,
O calor, a esperança!
Vai, frio, e leva a dor contigo,
Fecha de vez esse abrigo!
Deixa que venha a estação do riso,
E o céu se pinte de paraíso.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 03/06/2025
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