NO RITMO DO VENTO
Vento, vento, vento,
Sinto-o no corpo, no silêncio lento,
Mal respiro, preso em contentamento,
Leve e fugaz, meu doce tormento.
Às vezes o prendo nas narinas, um instante,
Só para sentir o sopro tão vibrante,
Forte e destemido, sempre constante,
Lembra-me a força do ser errante.
Não pede licença, invade o pensamento,
Profundo, silencioso, é o meu alento,
Olho-o com amor, quase sem entendimento,
Forte e intenso, puro sentimento.
Mesmo em tempestades, não me abandona,
É brisa e fúria que em mim ressona,
Inspira sonhos, renova a persona,
Nesta terra densa que me emociona.
Tão forte, tão vivo, mistura em mim,
Desfaz os medos, desperta o jardim,
Confunde o amor, altera o fim,
Sopra esperança no meu peito enfim.
Vento, vento, vento,
Trazes do longe um suave lamento,
Veio me tocar neste exato momento,
Sopro que acalma, meu eterno alento.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 03/06/2025