O PARAÍSO PERDIDO
Os medíocres do dia a dia...
formigas loucas, sem harmonia.
Rotina absurda!
Assusta.
Estressa.
Consome.
Tento mirar além do horizonte,
numa busca sem fim, sem nome.
Liberdade? Plena? — Quimera latente.
Desejo voar pra um mundo ausente...
Que mundo? Um Éden esquecido?
Não o conheço. Onde está escondido?
Só o encontro em sonhos calados,
onde há paz e passos alados.
Minha alma sorri, serena,
sinto-a flutuar como brisa pequena.
Vejo crianças — risos ao vento,
em campos floridos de puro encantamento.
Tão vivas! Tão belas!
Com cheiro de mel nas pétalas singelas.
Adiante, o mar se revela —
azul, imenso, de alma sincera.
Majestoso, estrondoso, sagrado,
me lembra o quão breve sou nesse fado.
Os ventos da primavera me tocam a face,
e já é quase verão — o tempo se esvanece.
Mas há beleza no que vai e vem,
e há eternidade em um breve amém.
O tempo...
perdeu-se de si na jornada incerta,
mas abriu, por dentro, uma porta secreta.
Acordei.
E, em silêncio, entendi a poesia:
a alma descansa até na rotina.
O divino habita a hora pequena,
a luz se esconde na cena amena.
Acalma-te, alma —
há sentido no passo,
há graça na calma,
e o céu, às vezes,
desce e caminha
no chão da nossa
simples vida.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 04/06/2025
Alterado em 04/06/2025
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