OBJETO DE DESEJO
Ao fechar meus olhos, sonho.
E a saliva prende — quase engasga.
Surge o vulto do meu objeto de desejo,
um frio que dança na pele,
(in)explicável,
insuportável.
Sinto-o nas bordas do meu corpo
— efêmero, urgente,
como se cada poro clamasse
pelo toque daquilo que não toca.
Desejo.
Cru e nu, sem nome.
Tento abrir os olhos,
mas a razão cambaleia.
Racionalizo o sonho — ou finjo que sim.
E nesse esforço, a lógica adoece.
Me automedico com silêncio,
mas a febre do querer não cessa.
Descubro, enfim:
são apenas puros desejos genuínos,
loucuras nascidas em solo fértil,
sementes de um delírio que insiste
em florescer no jardim da imaginação.
Lá, tudo é permitido.
Até você.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 24/06/2025
Alterado em 24/06/2025
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